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Um bebé a caminho? Prepare o lar para o acolher

Foto do escritor: Marco Moura MarquesMarco Moura Marques

«Estou grávida!»

Esta é uma das expressões habitualmente utilizadas para dar a notícia ao progenitor de um bebé em gestação. Mas também: «Vais ser Pai!», esta mais direta e impactante. Ou ainda muitas outras mais, dependendo das circunstâncias. Todas elas, sejam quais forem, não deixam indiferente quem as profere e quem as ouve. Rostos que se iluminam, olhos humedecidos brilhando como pequenas estrelas, sorrisos rasgados…


Mas também irrompem sinais de ansiedade, de insegurança, de dúvida… «E agora?».


Deixando de lado todas as outras possíveis perspetivas de abordagem da notícia de uma gravidez, quero partilhar convosco algumas sugestões quanto a formas possíveis de preparar uma casa, uma família, enfim, um lar, para um novo e importante membro.


Vamos a isto?!


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Mudança de casa

Quando mudar?


Existem progenitores que, atempadamente, planeiam um “upsizing” da casa que habitam e que futuramente há-de acolher o seu bebé. Ou seja, concluem que a chegada de um ‘pequeno príncipe ou princesa’ vai ‘encolher’ demasiadamente o espaço de que desfrutam e, por isso, planeiam essa mudança para uma casa maior. Uns fazem-no ainda antes da gravidez; outros deixam que seja esta a ditar o momento para o fazerem.


Se assim for, isto é, se a mudança de casa tiver de ocorrer já em estado de gestação, a recomendação é esta: sendo possível, que essa mudança de casa ocorra no início da gravidez. Porque se o tiverem de fazer na fase final da mesma, essa mudança terá que ser planeada em detalhe, com recurso ao máximo de ajuda possível de terceiros, para que o dia da mudança (e dias e semanas seguintes) seja vivido com tranquilidade pela Mãe e, consequentemente, pelo bebé.


Para onde mudar?


Pois é, agora tudo o que fizer ou pensar fazer na vida, incluirá uma terceira pessoa. Ou quarta, quinta, etc., dependendo de quantas pessoas contém o seu agregado familiar. Seja como for, é mais uma – e muito dependente de si - a exigir-lhe uma revisão dos seus planos de vida.

E isso passa também pela logística de movimentação casa-creche-trabalho e trabalho-creche-casa ou uma outra qualquer em que assente ou possa vir a assentar a sua vida. Se planeia que o seu bebé frequente uma creche e um jardim de infância, há que conhecer os que estão mais próximos dos locais para onde pensa mudar. E inserir outras variáveis como: «como levá-lo e como buscá-lo?», «por que caminhos e com que meios de transporte?», «como integrar isso com um horário de trabalho da Mãe e/ou do Pai?».


E se é alguém (ou partilha a vida com alguém) que gosta de planear a muito longo prazo, então também vai querer localizar e conhecer as escolas do ensino primário e secundário que possam existir na zona para onde gostaria de mudar. E, já agora, todo o bairro habitacional e comunidade envolvente.


Bem… se me disser que também já quer planear a futura vida universitária do seu bebé... é porque precisa seriamente de relaxar e libertar essa ansiedade que, subitamente, se apoderou de si. Calma...


O quarto do bebé


No quarto dos Pais?


É muito possível que os primeiros meses de vida do seu bebé sejam passados no seu quarto. Quererá seguramente tê-lo o mais perto de si, pois irá passar muito tempo com ele, amamentando-o, cuidando do seu sono, das suas digestões, das suas cólicas, da sua higiene e da necessária interação com ele.


Se assim for, cuide de organizar o espaço do seu quarto, por forma a que o berço fique em local seguro, facilmente acessível, arejado e ventilado, sem o risco de nele cair algo proveniente de alguma prateleira. Atenção também aos raios solares provenientes da janela. São aconselháveis, mas apenas na dose certa.



Onde colocar o quarto do bebé?


O bebé não vai dormir eternamente no seu (ou vosso) quarto. Seguramente que vai querer que ele tenha o seu próprio espaço para dormir e (mais tarde) para brincar. Se vive num apartamento, o quarto do bebé não estará muito longe do seu. Mas se vive numa moradia, depende da dimensão da mesma. E nos primeiros meses e anos de vida, ainda que o bebé deva ter o seu espaço próprio, vai querer que ele não fique muito longe de si, para dele cuidar em tempo oportuno e em segurança.



Que mobília e decoração?


Muitos Pais dedicam-se (e deliciam-se) a criar ‘o quarto do bebé’, pintando-o, mobilando-o e decorando-o. Outros, fazem-no com igual satisfação, mas pensam um pouco mais à frente, por forma a evitar uma remodelação nos próximos dois ou três anos, evitando que, de repente, se deem conta de que o quarto ficou demasiado ‘abebesado’. Esses vão montar o quarto de forma a que seja adequado aos primeiros cinco ou seis anos de vida da sua criança.


A escolha é sua, mas não deixe de olhar para este investimento também de uma forma mais prática: afinal, ‘o seu bebé’ não vai ser eternamente ‘um bebé’. Quer pensando num horizonte temporal de cinco anos, por exemplo, quer pensando apenas no curto prazo, a verdade é que haverá que dar atenção a alguns ‘pormaiores’.


O berço


A começar pela cama do bebé, ou o seu berço. Tanto quanto possível, este deve ser suficientemente robusto e amplo, permitindo que o seu bebé o possa utilizar durante bastante tempo. A madeira é sempre um material amigo do bebé, pelo que evite os metalizados. Existem alguns berços que, inclusivamente, após cumprirem a sua função (de berço e primeira cama do bebé), são transformáveis numa pequena secretária, a qual poderá acompanhar a criança até à sua entrada e primeiros anos no ensino primário.


E não se esqueça que vai ter que colocar e retirar muitas vezes o seu bebé do berço. Por isso, é importante que o nível do estrado seja regulável em altura (para não dar cabo das suas costas) e que um dos lados do berço, pelo menos, seja também regulável em altura ou facilmente amovível. Isto dar-vos-á, a si e ao bebé, uma maior facilidade e segurança na entrada e saída do bebé do berço.


O fraldário


Ainda vai passar muito tempo até que o bebé cresça e ganhe autonomia e capacidade para tratar sozinho da sua higiene diária. Por isso a casa de banho dele vai ser ambulante: ou se alivia na fralda ou, um pouco mais tarde, quem dele cuida vai ter de antecipar esse momento e levá-lo até à casa de banho para o ensinar a utilizar o bacio ou a sanita.


Mas enquanto essa fase de crescimento não chega, vai ter que criar um espaço próprio para tratar da higiene do bebé. O qual poderá inicialmente ser criado no seu quarto, caso tenha espaço para isso, ou no quarto do bebé. Fraldas, toalhetes, toalhas, pó de talco, sabonetes, hidratantes, sem esquecer roupa do bebé, tudo isso deve ser arrumado e organizado em local que fique ‘sempre à mão’. E de forma a que a Mãe, o Pai, os irmãos, saibam sempre onde estão.


A casa de banho


A banheira


Mas, então, onde lhe dará banho? Seja onde for e como for, a primeira condição é que o faça em segurança e conforto. Para o bebé e para quem o banha.

Poderá optar por utilizar uma banheira própria para bebés. Poderá instalá-la no seu quarto ou no quarto do bebé, sendo importante que fique em local seguro, que impossibilite que ela resvale. E deverá ficar a uma altura que facilite a manipulação cuidada que se deve ter com o bebé nesta situação. Será fundamental que tenha à mão tudo o que necessita durante o banho e após o mesmo.


A adequada temperatura e ventilação da divisão onde se dá banho são importantes, não esquecendo ainda que se trata de uma atividade com água. Por todas estas razões, muitos Pais escolhem uma casa de banho da sua casa para aí montar a banheira do bebé e colocar por perto tudo o que necessitam para o banho e o pós-banho. Inclusivamente pode optar por colocar a banheira do bebé dentro da própria banheira da casa de banho (existem inclusive banheiras de bebé com dispositivos de adaptação à banheira da casa de banho). Terá é que ter em conta que a sua posição (curvada) para lhe dar banho não será a melhor para si. E estes banho irão repetir-se muitas vezes!


O bacio


Vai demorar um pouco até que o seu bebé utilize o bacio. Até esse momento, a fralda é o seu espaço de evacuação de urina e fezes. Mas chegará o momento em que adquire e se mantém habitualmente numa posição vertical. E também chegará o momento em que ele consegue antecipar essa necessidade de evacuar. Antes ou após esse momento, poderá ir educando-o a utilizar o bacio.


Muitos Pais levam o bacio para o seu quarto ou para o quarto do bebé, para que ele vá brincando enquanto está sentado no bacio. Ótimo! Mas também poderão optar (de início ou mais tarde) por colocar o bacio (com o bebé nele sentado) na casa de banho da sua casa. É uma forma de o bebé perceber mais facilmente que aquele espaço da casa é o adequado para fazer as suas necessidades fisiológicas. E, acreditem, muitos bebés, ensinados desta forma, acabam por sentir necessidade de ir ao bacio, assim que entram na casa de banho.


Nesta fase da ida ao bacio, e se a casa de banho for o local escolhido para o colocar e ao seu bebé, então deverá cuidar de ter nesta divisão da casa alguns brinquedos, fraldas, toalhetes, etc. Enfim, criar um espaço para a higiene íntima do seu bebé. Afinal, ele não vai parar de crescer, vai criando necessidades diferentes e afirmando a sua autonomia física!


A cozinha

O caos das refeições


Momentos de verdadeiro caos poderão ser aqueles vividos com o bebé durante a sua alimentação sólida. É verdade! Findo o período de amamentação (ou, por vezes, em paralelo), há que começar a dar alimentação sólida ao bebé (papas e sopas, no início). E é então que este se revela em toda a sua capacidade de verdadeiro ‘artista circense’: com uma mão bate com a colher na mesa, com a outra mete a mão na sopa, ao mesmo tempo que come uma colherada, para logo em seguida a cuspir em todas as direções!


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Para este que vos escreve, mudar fraldas e dar banho é ‘para meninos’, em comparação com dar de comer a um bebé. Claro que todos os bebés são diferentes, assim como é diferente a energia, atitude e a pedagogia de quem lhes dá de comer. Mas preparem-se para um espaço de refeições caótico, durante e após a refeição do bebé.


Sendo assim, se está a pensar que pode dar uma refeição sólida ao seu bebé no seu quarto ou no quarto dele… pense duas vezes.


O verdadeiro trono


A cozinha é a divisão da casa melhor preparada para estas primeiras refeições. Normalmente tem pavimento (cerâmico) e paredes (azulejos) melhor preparados para este caos. A limpeza posterior é, assim, mais fácil.


Ainda assim, convém ter à mão um tira-nódoas (a sua roupa não vai ser poupada), uma esponja (das que tiram nódoas das paredes pintadas) e uns panos húmidos e secos (para limpar azulejos, chão e mesa). Se vestir uma bata impermeável ao seu bebé, que o cubra do pescoço para baixo, tanto melhor, pois poupa em mais uma lavagem da roupa dele. E, já agora, pense numa para si.


Mas onde sentar o bebé? Ao colo de quem lhe dá de comer? Hmmm… não é aconselhável de todo. Ao colo de uma pessoa enquanto outra lhe dá de comer? Melhor, mas mesmo assim, também não aconselhável. O ideal será ter uma cadeira de refeição apenas para ele. Idealmente construída e revestida de materiais facilmente laváveis. Porque, não tenha dúvida, este vai ser o verdadeiro trono do seu príncipe ou princesa. É daqui que ele vai ditar as suas leis, fazer as suas birras, gritar por mais ou menos comida, arremessar tudo o que tiver à mão.


A despensa e o frigorífico


Um outro cuidado a ter no seu planeamento para acolher bem um bebé no seu lar, tem que ver com as refeições. Quer as suas, quer as dele.


Na fase final da gravidez e nas semanas (e meses) do pós-parto, a Mãe não vai ter muitas condições físicas, emocionais e mentais, para cozinhar. Nem para ir às compras. Poderá ter ajuda do progenitor e de mais alguém próximo, mas convém precaver-se. Para tal, previamente ao parto, pondere em abastecer substancialmente a sua despensa, para evitar ter que recorrer várias vezes ao supermercado.


Também poderá aproveitar a fase em que ainda tem tempo disponível (pré-parto), para ir cozinhando várias refeições, armazenando-as em doses individuais e congelando-as, pois na fase pós-parto não vai ter tanta disponibilidade (e vontade) para o fazer. Não coloque de parte a possibilidade de pedir às sua família e amigos próximos que o façam por si, inclusive que troquem as prendas para o bebé (que, por vezes, nem são as mais adequadas) por refeições caseiras, pré-embaladas e prontas para serem congeladas. Isto é válido não só para refeições para si, mas também para o seu agregado familiar (bebé à parte), tudo dependendo do grau de autonomia das pessoas que o compõem.


Se no seu lar tem um parceiro desajeitado para a cozinha, assim como outras crianças já crescidas e, até então, com pouca autonomia para preparar as suas refeições, poderão todos aproveitar esta fase para dar jus à expressão “a necessidade aguça o engenho”. E, de repente, uma ameaça (ficarem sem ter refeições preparadas por si) transforma-se numa oportunidade (adquirem conhecimento, prática e até gosto, em preparar as suas próprias refeições). Mas, claro, vá ‘deitando o olho’ no que eles vão fazendo.


E a alimentação do bebé? Bem, no início será amamentado. À mama ou ao biberão, ou em simultâneo. Poderá haver necessidade de armazenar leite (materno ou preparado) no frigorífico. A isto junte as papas, as sopas, os utensílios próprios para as refeições do bebé e verá que a sua cozinha, de repente, lhe parece mais pequena.


Concluindo: olhe bem para a sua cozinha e imagine como poderá nela acolher o seu bebé, onde poderá colocar a cadeira de refeição, onde colocar os pratos, talheres, babetes, copos, biberão. A sua despensa (ou armários da cozinha) tem espaço suficiente para um reforço de armazenamento? E o seu frigorífico tem espaço suficiente para o que vai necessitar de lá colocar? Quaisquer decisões de obras ou mudança de equipamentos poderão ser tomadas e operacionalizadas bem antes de as necessidades se efetivarem.


A (des)arrumação do lar

O parque de diversões


Não tenha dúvidas: a sua casa vai virar um imenso ‘playground’, um imenso campo de brincadeiras para o seu bebé! Não desespere, simplesmente aceite que assim vai ser. Mas isto não significa que não possa criar espaços próprios para brincadeiras, rotinas de arrumação e disciplina para si, seu bebé (não nos primeiros meses) e restante agregado familiar.


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Os brinquedos estão espalhados pela casa, porque o seu bebé não pára quieto num único lugar desde que começou a gatinhar? Então prepare o seu lar com vários cestos de arrumação, facilmente transportáveis, onde no final de cada sessão de brincadeira num espaço da casa, possa colocar os brinquedos, guardando-os ali para o dia seguinte ou mudando-os para uma outra divisão. Em breve, a sua criança vai começar a perceber que ele próprio pode (e deve) retirar os brinquedos dos cestos e voltar a colocá-los lá no final da brincadeira. E esse ato de arrumação até pode ser uma brincadeira sua e dele!


Se a sua casa é grande, se vive num apartamento duplex ou numa moradia com mais do que um piso habitacional, então aconselho a criar vários ‘packs’ utilitários e a distribuí-los pela casa, em sítios onde sabe que poderão vir a ser úteis em situações de emergência. Esses ‘packs’ poderão incluir: fraldas, toalhetes, pequenas toalhas, tapetes impermeáveis (para colocar no chão, no sofá ou numa cama, para apoio na muda de fraldas), baby grows, pó de talco, etc.



A higiene do lar

O mundo visto do chão


O bebé recém-nascido não tem capacidade sequer de rolar sobre si mesmo. Mas não vai demorar muito a fazê-lo. E a rastejar. E a gatinhar. O seu mundo vai passar a ser visto a partir do nível do chão. Vai partir à descoberta e vai tocar e provar tudo aquilo em que puder. Será muito importante que mantenha todo o piso da casa limpo, dando muita atenção à sujidade incorporada no calçado proveniente do exterior. O seu bebé terá contacto com o mundo exterior e todas as bactérias que ele comporta e é desejável que isso aconteça para ganhar imunidades e se tornar mais forte e resistente. Mas vamos com calma… nas primeiras semanas de vida o seu sistema imunitário ainda é muito frágil.


Assim, será muito importante que as carpetes e os tapetes que possa ter espalhados pela casa, não sejam daqueles que libertam muito pêlo (lã) ou absorvem e guardam muito pêlo (de cães e gatos, por exemplo). Claro que uma limpeza frequente destas carpetes e tapetes ajuda, mas se puder optar por umas carpetes macias e de pêlo curto, tal vai ajudar muito.


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Mas o chão não está todo coberto de pêlo. Madeira maciça, pavimento flutuante, cerâmica, tijoleira, xisto, etc., podemos encontrar vários tipos de materiais. Tenha atenção às fissuras que possam existir, principalmente nos pavimentos em madeira (tábuas ou tacos), pois pequenas farpas podem magoar o seu bebé. Previna-se e arranje-as a tempo.


Sabe onde se concentra uma quantidade enorme de pó dentro de casa? Nos cortinados. Simplesmente porque estão colocados junto às janelas, porque têm uma grande superfície, porque possuem (na sua maioria) uma textura que potencia acumularem pó e também porque não são habitualmente lavados e aspirados com tanta frequência como o chão, carpetes e tapetes. Faça esse teste aos seus cortinados. Poderá lavá-los com maior regularidade, mas também poderá optar por passar-lhes um pano húmido, de cima a baixo, de um lado e do outro, sem os retirar das calhas. Não resolve, mas reduz o pó que acumulam.


Se o seu lar já inclui um ou mais animais domésticos – cães e/ou gatos, fundamentalmente – seguramente que já tem os cuidados higiénicos básicos consequentes à vida destes animais no seu lar. No entanto, com a chegada de um bebé, repense tudo o que são esses espaços, rotinas e comportamentos de higiene de cada um dos seus animais. Afinal, o seu bebé, vai estar em contacto muito próximo com eles (abraços, afagos, lambidelas mútuas no rosto e focinho) e com os seus pertences, incluindo a possibilidade de acesso aos espaços de higiene (caixas de areia do gato ou varandas, terraços, etc. que o cão possa estar habituado a utilizar em caso de extrema necessidade). Se a vacinação obrigatória destes animais já era exigível, com um bebé no lar, ainda mais exigível se torna.


Os animais domésticos


Apresentação a um novo membro da família


Chamo a sua atenção para alguns cuidados que deve ter na integração no lar do seu bebé quando já possui um cão ou gato, um ou vários, a viver consigo há algum tempo. Principalmente se nunca viveram e conviveram com bebés e crianças na mesma casa. Não se esqueça que eles eram os seus bebés até então. E que a chegada de um outro ser ao vosso lar, que lhes ‘rouba’ as atenções, que lhes ‘rouba’ o seu colo, pode gerar alguma crise de ‘ciúmes’ que convém acautelar.


Não vou entrar aqui em considerações sobre as reações e comportamentos de outros filhos que tenha a viver consigo. Essa é uma outra temática que não cabe neste artigo. Mas existem algumas semelhanças comportamentais por parte dos animais domésticos que tenha a seu cargo.


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Será importante que os mantenha perto de si ao longo de todo o processo de gravidez, dando-lhes toda a tenção que sempre tiveram de si. Com o nascimento do seu bebé e caso o bebé tenha que ficar na Maternidade alguns dias, leve ou peça que alguém leve para casa alguma peça de roupa ou manta que contenha o cheiro do bebé. E dê-a a cheirar ao seu cão ou gato, acompanhando de festas e palavras.


Quando o bebé chegar a casa, faça por criar um ambiente que não seja de excitação, mas sim dentro da tranquilidade habitual. Não se esqueça que os seus animais já vão estar excitados por vê-la, após alguns dias sem a ver. Saúde-os e interaja com eles como sempre fez, mas agora mantendo o bebé ao seu colo e dando-o a cheirar aos seus fieis amigos. Esteja atenta às reações deles. Não terá reações negativas, se estiver calma e tranquila, em controlo da situação. Acompanhe este processo com festas e palavras calmas.


O seu cão ou o seu gato vão ter enorme curiosidade em perceber que ser é este que leva para casa. É perfeitamente normal. Quando colocar o seu bebé na cama, sua ou do bebé, fique por perto ou tenha alguém que o faça, cuidando que o seu cão ou gato não invadam o espaço do bebé, curiosos, sem saber bem como interagir com ele e podendo, por isso, magoá-lo inadvertidamente. Os primeiros contactos com o bebé, ao longo de várias semanas, devem ser feitos com a sua presença. Sempre em ambiente tranquilo e acarinhando a presença do seu cão ou gato. É mais um membro da família que ali está e ninguém (ser humano ou animal) perde estatuto na família.


Acima de tudo, o que vai querer evitar é que o seu ‘amigo de quatro patas’ associe à chegada de um bebé, eventuais alterações negativas à sua vida e às suas rotinas diárias. Assim, o que for previsível e possível de alterar antes dessa chegada, deverá sê-lo antes desse momento. Por exemplo, se for previsível que no pós-parto, passe a ser outra pessoa a passear ou a alimentar o cão ou o gato, estas alterações deverão dar-se antes do nascimento do bebé. Se planeia alterar o acesso a determinadas divisões (ou mesmo a sofás ou a camas, se optar por isso), deverá fazê-lo antes do nascimento do bebé e de uma forma positiva, ou seja, com recurso a recompensas e brincadeiras e, paulatinamente, vai educando os animais nos comportamentos desejados. Assim como deverá introduzir e montar berços e restante parafernália relacionada com o bebé, antes do seu nascimento, por forma a que tudo isto se torne parte da mobília e da casa onde os seus animais de estimação já vivem.

Quando um animal doméstico chega a uma família onde já existe um bebé ou uma criança, - principalmente se ainda forem cachorrinhos ou gatinhos - esta integração dos bebés (humano e animal) na família fica mais fácil.


A segurança no lar

Bom senso, acima de tudo


Então onde é que o perigo pode estar à espreita do seu bebé? Bem, em boa verdade, em todo o lado… e em lado algum. O que eu quero dizer com isto é que não existem medidas de segurança que garantam ausência da risco na vida do seu bebé. Mas também sei que muitos bebés crescem num ambiente saudável, com poucas medidas de segurança, e nada de mau lhes acontece. Mas os tempos mudam, a tecnologia também e a nossa sociedade de consumo coloca-nos à disposição uma série infindável de objetos e ‘gadgets’ que permitem criar um ambiente de potencial maior segurança para o seu bebé e para si. Se assim é, e se financeiramente pode fazer algum investimento nesta área, porque não?


Então aqui seguem algumas medidas básicas:


Sabe onde é que um bebé, que apenas gatinha, gosta imenso de tocar e até colocar a sua língua? Sim, é isso: as tomadas elétricas. Não abdique desta medida de precaução: instalar protetores de tomadas elétricas, sejam as colocadas nas paredes de sua casa, sejam as que fazem parte das extensões elétricas que utiliza para ligar vários equipamentos ao mesmo tempo.


Há que proteger as esquinas dos móveis que existem em casa. Preferencialmente não os ter… mas não sendo possível, há que proteger as arestas pontiagudas de mesas, cadeiras, secretárias, etc. Existem alguns protetores em silicone ou PVC macio que cumprem muito bem com a missão.


A sua casa tem escadas interiores? Bem, então aconselho que pense na possibilidade de colocar grades nas escadas, no seu topo e, talvez, na sua base. Quando o bebé começar a gatinhar e, posteriormente, a dar os primeiros passos, basta uma ‘distraçãozinha’ e…. catrapum! E, por vezes, estas escadas interiores não têm paredes laterais (os arquitetos não tiveram a preocupação com a segurança de crianças), pelo que há que pensar bem em qual é a sua prioridade: a estética ou a segurança do bebé e de quem o pode transportar segurando-o nos braços.


E varandas? Ou janelas baixas? Repare no que tem dentro de casa e verifique se é possível a um bebé (que já gatinhe e se levante apoiado nas paredes, cadeiras e móveis) ficar em situação de risco se tiver acesso às suas varandas ou a determinadas janelas. Algumas varandas gradeadas, inclusive, têm gradeamentos suficientemente largos para um bebé meter lá a sua cabeça. E se esta cabe, imagine o resto… Há que prevenir e impedir estas situações nos primeiros anos de uma criança. Existem redes próprias que são possíveis de colocar em varandas, assim como vidro temperado ou acrílico que podem ser colocados como segurança nas suas varandas. Quanto às janelas baixas, há que ter um cuidado especial no fecho das mesmas ou, adicionalmente, colocar uma proteção em vidro ou acrílico transparente do lado de fora da janela (sendo possível).


A sua casa está carregada de móveis com superfícies envidraçadas? Esse vidro é fino e facilmente quebra se contra ele for arremessado ou nele batido um brinquedo de bebé, por exemplo? Então já sabe que será preferível dar destino a esse móvel… Ou então substituir esse vidro por um outro mais resistente ou por uma superfície que não se quebre em mil pedaços.


E já pensou se a circulação pela casa é fluida? Já se imaginou a percorrê-la com um bebé nos seus braços, cansados de tanto colo e sono interrompido? Será que aquele móvel e aquela cadeira têm mesmo que ali estar? Será que aqueles candeeiros de mesa e aqueles jarrões não estão mesmo a jeito de levar umas inadvertidas cotoveladas? Pois é… Olhe para a sua casa ‘com olhos de ver’ e não se iniba de retirar de circulação (nem que seja apenas por alguns meses) algumas coisas que vão criar obstáculos e inseguranças à circulação do bebé pela casa nos braços dos seus cuidadores.


Dê uma volta pelas estantes e prateleiras espalhadas pela sua casa. Verifique se estão todas bem sólidas. Aparafuse à parede os móveis que não o estejam e que, se reparar bem, estão mesmo a jeito de uma criança (já com dois ou três anos de idade) se poder apoiar nelas e fazê-los tombar.


Onde guarda os seus produtos de limpeza do chão? E da roupa? E da louça? Estão em locais acessíveis a uma criança que gatinhe e/ou já caminhe? Então será melhor equacionar colocá-los em espaços menos acessíveis a crianças, ou então pense em colocar uns aloquetes próprios (material plástico) para impedir crianças de abrir alguns armários.


Em breve (por volta de um ano de idade) o seu bebé vai levantar-se e caminhar. Ainda será pequenino, mas poderá já ter a altura suficiente para esticar o braço e chegar ao que está no fogão ou na bancada da cozinha. Ou poderá abrir o forno ou micro-ondas. Pondere estas situações. Verifique o que pode fazer para impedir fisicamente que algo mau aconteça, mas não coloque de lado (antes pelo contrário) a sua capacidade de ensinar o seu bebé, a sua criança, a não mexer em tudo o que vê na cozinha. Claro que as facas deverão ficar longe da vista e em local de difícil acesso a uma criança. Se a isso quiser adicionar proteções de abertura de fornos e micro-ondas, assim como de acesso às placas e fogões, estas também existem no mercado.


De há muito que existem uns intercomunicadores (em pares) que são colocados junto ao berço do bebé, com os Pais a ficarem com o outro. Hoje em dia, até transmitem vídeo para além do áudio. A sua utilização permite que os Pais se ausentem com maior tranquilidade para uma outra divisão da casa, durante algum tempo, podendo sempre acorrer ao seu bebé, quando o ouvirem chorar ou simplesmente balbuciar alguns sons, dando sinal de estar acordado.


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A chegada de um bebé a um lar cria um turbilhão de emoções. A chegada de um bebé à nossa vida, transforma-a para sempre. Transforma-nos. Sou dos que acreditam que para melhor. Sou dos que acreditam que este é o verdadeiro milagre da Vida: gerar e fazer nascer um outro Ser.


Caros ‘marinheiros de primeira viagem’ (leia-se: os que vão ser ou planeiam ser Pais pela primeira vez), tudo se torna mais fácil do que parece quando leem um artigo como este. Percebo que neste momento fiquem a pensar algo como: «Ui! Tanta coisa em que pensar, tanta coisa que pode falhar!». E o que está acima escrito é apenas uma pequena parte (e uma perspetiva) daquilo com que terão de lidar.


Os que já viveram este milagre de gerar Vida e cuidar dela, sabem que deverá sempre existir uma boa dose de bom senso nos cuidados a ter quando um bebé chega ao nosso lar.


Neste texto apenas partilho (alguns) alertas quanto a (alguns) cuidados que poderá ter. Já o bom senso, esse terá de vir de si! E, acredite, ele está dentro de si!


Se quiser partilhar comigo (e com quem me lê) alguns comentários sobre esta temática, não hesite!


Se está a planear mudar de casa e pretende ser apoiado profissionalmente por quem cuidará de si e da sua família ao longo de todo o processo, contacte-me:


Marco Moura Marques

+351 967 035 966


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