O ser humano é morfologicamente constituído para se mover. O movimento fisiológico do nosso corpo enquanto caminhamos, o caminhar sinérgico, induz “de per si” uma agradável sensação de bem-estar físico, inicialmente, e emocional, logo depois. No movimento natural do nosso corpo enquanto caminha, está a concretização de parte daquilo para que ele existe: permitir a nossa movimentação.
E se, cumulativamente com este apelo natural para caminharmos, conseguirmos juntar a agradabilidade dos espaços por onde caminhamos? E alguma imprevisibilidade nos cenários que vamos vendo à nossa volta enquanto caminhamos? E se pudermos caminhar junto com alguém de quem gostamos? E se lhe disser, caso ainda não o saiba, que caminhar, simplesmente caminhar, por sítios belos e desafiantes, a sós ou na companhia de uns poucos amigos, pode ser uma experiência tão boa que não se esquece?… e se quer repetir uma e outra vez… uma e outra vez…? Pois é, pode desfrutar do caminhar sempre que quiser.
Neste artigo pretendo apenas despertar-lhe a curiosidade por alguns locais que (eventualmente) ainda não conhece, por trilhos e percursos ainda desconhecidos (ou não), por caminhadas ainda não realizadas (ou não).
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Encontramo-nos a meio do Verão. Os trilhos e percursos pedestres que abaixo lhe vou apresentar são bem mais fáceis e agradáveis de fazer com um tempo menos quente, mais ameno. A Primavera e início de Verão já lá vão… mas o final do Verão e o Outono poderão ser épocas mais agradáveis para o fazer.
O que é que precisa para iniciar uma caminhada? Fácil: disponibilidade física, vontade e determinação. Mas mesmo que a vontade, por vezes, não seja muita, peço-lhe que apele à sua determinação e comece por dar o primeiro passo… e depois mais um… e depois outro… e mais outro… Mais alguns passos em plena Natureza, num dia bonito, em boa companhia, e verá que tudo em sua volta (e na sua cabeça) adquirirá um outro sentido, um outro significado. Tudo - mas mesmo tudo - se revelará para si mais simples, fácil e belo.
Vivo e movimento-me com maior facilidade e frequência na área do Grande Porto. Pelo que é a partir daqui que parto para o mundo das caminhadas. Começarei então por lhe propor alguns trilhos e percursos pedestres que se situarão nas proximidades. E irei, sucessivamente, afastando-me para outras regiões, atravessando mesmo as fronteiras de Portugal.
Então, leiam e tomem notas! E aqueles que já percorreram estes trilhos, ajudem-me a apresentar cada um deles, partilhando comigo (e connosco) as suas/vossas dicas e comentários.
PEQUENA ROTA NA SERRA DE VALONGO
(PR 2 VLG – Trilhos dos Romanos – 5,8 km)
O parque das Serras do Porto abrange as serras de Santa Justa, Pias, Castiçal, Santa Iria, Flores e Banjas, cobrindo territórios de Gondomar, Paredes e Valongo. Existe uma grande rota (GR 62, com 59 km) que percorre todas estas serras, num espaço de proximidade à urbanização mas também de surpresa com as paisagens rurais com património cultural e etnográfico. Será uma rota para percorrer em mais do que um dia e com trilhos com nível de dificuldade médio e elevado.

Esta Grande Rota pode ser dividida em pequenas rotas (PR), deixando aqui como sugestão a PR 2 VLG – Trilhos dos Romanos, trilho com 5,8 km, com dificuldade moderada e início e fim no centro de interpretação ambiental de Valongo.
Este percurso leva-nos pela Serra de Santa Justa e passa pelos complexos mineiros que nos dão testemunho da mineração aurífera subterrânea levada a cabo pelos romanos há cerca de 20 séculos que, segundo os especialistas, é a mais extensa do Império Romano.
Como em todos os percursos, devemos respeitar a fauna e flora que nos rodeia, as quais incluem espécies protegidas que aqui têm o seu habitat (exemplos: salamandra lusitânica e feto filme).
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PEQUENA ROTA EM PENAFIEL
(PR 2 PNF-GDM – Caminhos do Rio Mau - 8 km)
Na região de Penafiel, a par da Rota do Românico, há trilhos e percursos para descobrir. Sugiro-lhe a Pequena Rota 2 Penafiel Gondomar – Caminhos do Rio Mau. É um percurso circular de, aproximadamente, 8 km, com início no Parque de Lazer do Rio Mau.
Este percurso acompanha parcialmente o rio com o mesmo nome e tem um dos seus pontos altos no “Poço Negro”, uma pequena lagoa formada pelas águas que recebe de uma cascata de águas límpidas. Serve de recompensa brutal a quem lá chega, uma vez que este percurso tem etapas que obrigam a alguma dose de esforço, equilibrismo e destreza.
Links sugeridos:
https://pt.wikiloc.com/trilhas-trekking/pr2-pnf-gdm-caminhos-do-rio-mau-68610675
https://www.trilhosecaminhadas.com/threads/pnf-gdm-pr2-pelos-caminhos-de-rio-mau-com-visita-ao-poco-negro.5654/
PEQUENA ROTA NA SERRA DE AROUCA
(PR 7 Arouca – Trilho das Escarpas de Mizarela - 8 km)

A serra da Freita, na zona de Arouca, é um dos destinos mais famosos de pedestrianismo, muito graças aos seus passadiços. Não devemos esquecer, no entanto, os trilhos de pequena rota que nos levam pelo meio da natureza até cascatas e vistas de perder o fôlego.
Exemplo disso é o PR 7 Arouca – Trilho das Escarpas de Mizarela, o qual nos brinda com a cascata mais alta de Portugal Continental, a cascata da Frecha da Mizarela, onde as águas do rio Caima se precipitam de mais de 60 metros de altura. Este percurso circular arranca e termina no Parque de Campismo de Merujal, com 8 km de extensão, mas de dificuldade elevada e que obriga a percorrer declives acentuados e troços bastante estreitos.
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PEQUENA ROTA NA SERRA DO GERÊS
(PR 9 Poços Verdes – Trilho das 7 Lagoas - Xertelo - 12 km)

Na Serra do Gerês são muitos os trilhos que nos apresentam paisagens estonteantes, cascatas e lagoas de nos fazer atirar de cabeça (mas com precauções prévias!) e nos possibilitam um contacto com a natureza que nos ‘limpa a alma’.
É aqui que encontramos um dos meus trilhos favoritos, o PR 9 Poços Verdes - Trilho das 7 Lagoas – Xertelo. Este tem um percurso de 12 km, com início e término na aldeia de Xertelo, pertencente a Montalegre.
O trilho segue por uma margem do rio, por entre escarpas e levadas que nos encaminham ao ex-libris do percurso: as 7 lagoas. São um deslumbre para os olhos, mas também um revigorante para o corpo suado e exausto da caminhada. Um banho nestas águas límpidas é o perfeito recarregar de energia para mais facilmente empreendermos o percurso de volta ao ponto de partida.
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PEQUENA ROTA NA SERRA DA ESTRELA
(PR 13 Manteigas - Trilho da Rota das Faias - 5,5 km)

Outra serra que vale bem a pena visitar, em qualquer estação do ano, é a Serra da Estrela. E se só lá foi a pensar na neve, aqui está o ‘empurrãozinho’ para a visitar em tempo mais ameno, uma vez que esta região de vales e montanhas, cascatas e praias fluviais, tem tudo para nos encantar.
O Parque Natural da Serra da Estrela tem vários trilhos e percursos, nem todos possíveis de fazer a pé ou sem equipamento de montanhismo, com vasta possibilidade de escolha. O PR 13 Manteigas - Trilho da Rota das Faias é um percurso a planear para o Outono para, assim, podermos apreciar em pleno as cores com que a natureza se pinta na densa floresta de faias por onde passa este trilho. É um percurso fácil de apenas 5,5 km, com apenas uma parte fisicamente mais exigente por aumento do declive, e que tem início e término na Cruz das Jugadas, perto de Manteigas.
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PEQUENA ROTA ENTRE A PRAIA DA LUZ E LAGOS, NO ALGARVE
(Rota Vicentina – parte do Trilho dos Pescadores - 11 km)

Rumando agora bem a Sul, não posso deixar de sugerir a possibilidade de percorrer maravilhosas praias e paisagens costeiras com falésias de suster a respiração.
A etapa deste longo e belo trilho que vos proponho é o que liga a Praia da Luz a Lagos, passando pela Ponta da Piedade através de arribas que a ligam à Praia do Camilo e à Praia de Porto Mós. Estes pequenos percursos são parte de uma Grande Rota – a Rota Vicentina - que a permite percorrer em toda a sua extensão, de São Torpes a Lagos, num total de 226 km, sempre acompanhando a costa alentejana e algarvia, daí a sua denominação de "Trilho dos Pescadores", uma vez que segue sempre junto ao mar por caminhos utlizados por locais e pesqueiros.
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PEQUENA ROTA EM LA FREGENEDA, ESPANHA, A POUCOS KM DA FRONTEIRA
(Camino de Hierro - 17 km)
Este é o meu próximo projeto! Ainda falta quase um mês para o concretizar… mas já estou bastante entusiasmado!
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Do outro lado da fronteira surge um fantástico trabalho de aproveitamento da linha férrea abandonada entre La Fregeneda e Barca d’Alva. Com o nome de Camino de Hierro esta é a rota dos túneis e pontes da linha do Douro no Parque Natural das Arribas do Douro, o qual é considerado “Reserva da Biosfera”, desde 2015. As 10 pontes e 20 túneis que a constituem foram reabilitados e abertos ao público em 2021, num percurso com 17 km de comprimento e acompanhado de paisagens panorâmicas de cortar a respiração. O percurso acompanha o caudal do rio Águeda, o qual é um afluente do rio Douro. Além da paisagem estonteante, devemos também estar atentos à obra prima de engenharia industrial e ferroviária que vamos percorrendo, agora a pé, e que já foi uma importante via de comunicação entre os dois países.
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CAMIÑO DE SANTIAGO
Caminho Central Português (650 km a partir de Lisboa, 240 km a partir do Porto)
Caminho Português da Costa (280 km a partir do Porto)
Caminho Português do Interior (387 km a partir de Viseu)
Caminho Francês (cerca de 800 kms a partir de Saint-Jean-Pied-de-Port)
Será para muitos, ‘O Caminho’ ou ‘O Caminho dos caminhos’. Pela sua extensão, pela sua história de vários séculos, pelo seu significado místico.
O Caminho de Santiago é um itinerário de raiz espiritual, considerado Património da Humanidade, que assenta numa peregrinação até Santiago de Compostela, na Galiza, no noroeste de Espanha e a norte de Portugal. Em boa verdade, são vários os caminhos com um único destino, mas tem vários locais de partida e vários percursos possíveis.
Estes caminhos exigem uma preparação física bastante cuidada, até porque têm uma extensão que os obriga a percorrer em vários dias. Mas exigem também uma boa preparação mental e um plano de superação que leva muitos a considerarem-no um ponto de viragem nas suas vidas.

Sendo a Catedral de Santiago de Compostela a etapa última da maior parte dos peregrinos, muitos dos que já fizeram ‘o caminho’ dizem que mais do que o destino, o que importa é a viagem, o caminho… E muitas vezes – sempre, diria eu – este é um caminho interior, um caminho que cada peregrino faz individualmente, ainda que percorra veredas, montes e vales, na companhia de outros.
Destes vários percursos, destaco: (i) o Caminho Central Português (cerca de 650 km), com início em Lisboa e passando pelo Porto, atravessa a fronteira em Valença, (ii) o Caminho Português da Costa (cerca de 280 km), o qual tem início no Porto e atravessa a fronteira em Valença, (iii) o Caminho Português do Interior (387 km), o qual tem início em Viseu e atravessa a fronteira em Verín, e (iv) o Caminho Francês (cerca de 800 km), o mais internacionalmente conhecido.
O Caminho Francês tem quatro principais itinerários, os quais são hoje considerados Património Cultural europeu da Unesco. Três dessas rotas (Paris-Tours, Vézelay-Limoges e Le Puy-Conques) convergem em Saint-Jean-Pied-de-Port, a localidade francesa onde mais peregrinos iniciam o seu Caminho, entrando em Espanha por Roncesvalles. O quarto itinerário (Arles-Toulouse), conhecido pelo nome de “Caminho Aragonês”, entra em Espanha pelo porto de Samport e une-se ao itinerário que sai de Saint-Jean-Pied-de-Port em Puente de la Reina.
Nos caminhos de Santiago a sinalização para os peregrinos é feita com setas amarelas, desenhadas de forma muito característica, não raras vezes acompanhadas do desenho da concha ou vieira, símbolo do caminho e da peregrinação a Santiago de Compostela.
Links sugeridos:
Caminho Português da Costa: http://www.caminhoportuguesdacosta.com/pt
Caminho Português – Central e da Costa: www.caminhoportuguesdesantiago.eu
Caminho Português do Interior: https://cpisantiago.org/
Caminho Francês: https://www.vagamundos.pt/caminho-frances-de-santiago/
Vários caminhos até Santiago de Compostela: https://www.caminodesantiago.gal/pt/planifique/os-itinerarios/
Entusiasmado(a) com estas possibilidades de descobrir o Mundo enquanto caminha? Pois existem muitos e muitos mais trilhos para lá destes que brevemente apresentei… E existem algumas importantes recomendações de segurança a que não me referi neste artigo – fá-lo-ei num próximo - mas que será fundamental conhecer antes de partir à aventura.
Para terminar... recorda-se do que acima escrevi como ser o fundamental para iniciar uma caminhada?
«… disponibilidade física, vontade e determinação...»,
«… comece por dar o primeiro passo… e depois mais um… e depois outro… e mais outro...»,
«… verá que tudo à sua volta (e na sua cabeça) adquirirá um outro sentido, um outro significado. Tudo – mas mesmo tudo – se revelará para si mais simples, fácil e belo.»
Necessita de informação ou esclarecimentos adicionais? Quer juntar-se a um pequeno grupo de ‘caminheiros’ que regularmente partem à descoberta de novos trilhos por esse país e mundo fora?
Então não hesite em contactar-me:
Marco Moura Marques
+351 967 035 966
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